CANCER DE PELE
O câncer de pele, para ambos os sexos, é o mais comum de todos os tipos de cânceres, correspondendo a cerca de 25% do total. Apesar das campanhas de prevenção e detecção precoce tem-se observado um aumento progressivo no número de casos registrados em todo o mundo. Os tipos mais comuns por ordem de ocorrência são três: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma.
O carcinoma basocelular é o tipo mais freqüente. Caracteriza-se por lesão de cor rósea perolada apresentando telangectasisas (pequenos vasos de sangue) na sua superfície. Eventualmente pode formar uma ferida (ulcerar-se) ou tomar um aspecto pigmentado (enegrecido). Cresce lentamente e remotamente dá lesões à distância (metástases). A sua malignidade se dá pelo fato de crescer localmente e poder invadir estruturas vizinhas. A sua causa está relacionada à exposição solar crônica e excessiva. Por esta razão é mais comum em pessoas de pele clara após a quarta década de vida.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Também afeta mais freqüentemente pessoas de pele clara que muito se expõem ao sol ao longo dos anos. Além do sol, outras causas de carcinoma epidermóide incluem tabagismo, queimaduras, úlceras crônicas de pele, alguns vírus, produtos químicos, etc. É formado a partir de lesões pré-malignas tais como as ceratose actínicas (casquinhas avermelhadas em áreas de exposição solar) e queilites actínicas (feridas, rachaduras e placas brancacentas, sobretudo no lábio inferior). Caracteriza-se por feridas na pele que não cicatrizam sangram espontaneamente e ao mínimo trauma e possui crescimento mais rápido que o basocelular, sendo, portanto mais agressivo. Pode surgir também dentro da boca (causado por traumatismos de repetição por próteses mau adaptadas, mordedura, más condições dentárias, fumo, etilismo) e nos lábios (ferida que não cicatriza e de crescimento rápido). Há risco de metástases para outros órgãos, portanto pode ser fatal.
O melanoma é o tipo menos comum, mas o mais grave e agressivo de todos. Quando diagnosticado e tratado precocemente as chances de sobrevida são cerca de 90 a 100%; do contrário quase sempre é fatal. Pode surgir em pele sã ou a partir de sinais pretos de pele (nevos). A causa mais comum é exposição solar aguda de pessoas de pele clara que nunca se bronzeiam e facilmente se queimam. Ocorre em qualquer idade e em ambos os sexos. Pessoas com história familiar de melanoma têm maior risco para desenvolver a doença. Apresenta-se como um sinal de pele quase sempre de coloração variada que pode ir de negro, vermelho ao castanho, assimétrico com bordas picotadas e irregulares. Pode apresentar lesões ao redor, sangramento e coceira. O crescimento é rápido e as metástases são para pele, nódulos linfáticos, pulmões, fígado, cérebro e ossos. Localiza-se mais comumente em áreas expostas ao sol, mas pode ocorrer mais raramente em outros locais (boca, região anogenital, planta dos pés e olhos).
O diagnóstico clínico dos cânceres de pele é feito sempre pelo médico, confirmado por um exame de biópsia de pele (procedimento cirúrgico-ambulatorial de realização rápida, fácil e indolor). Exames complementares de sangue ou imagem dependem de cada caso em particular.
O tratamento é, na maioria das vezes, cirúrgico seguido ou não, dependendo do caso, de terapias complementares (radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, pesquisa de linfonodo sentinela, etc.).
Os pacientes devem permanecer em acompanhamento médico periódico pós-tratamento para seguimento e detecção precoce de possíveis novas lesões e/ou metástases.
CÂNCER DE PELE: SAIBA COMO EVITAR:
ü Evite exposições solares prolongadas principalmente entre as 10 hs e 16 hs (11 às 17 hs no horário de verão).
ü Utilize sempre (mesmo em dias nublados e no inverno) protetor solar com FPS no mínimo 15.
ü Aplique o protetor 30 minutos antes da exposição e a cada 2 hs de exposição contínua.
ü Protetores labiais são importantes.
ü Reaplique o protetor após sair da água e após suar muito.
ü Utilize roupas, bonés, chapéus, óculos de sol e guarda sol.
ü Pessoas com muitos sinais (pintas) de pele devem ter acompanhamento médico pelo menos 1 vez a cada 6 meses.
ü Pessoas com história familiar de câncer de pele e pele clara devem ter cuidado redobrado.
ü Crianças com 6 meses ou mais devem utilizar protetores solares infantis.
ü Crianças com menos de 6 meses devem evitar exposições solares.
ü Faça o auto-exame da pele periodicamente procurando por alterações.
ü Não faça uso de câmaras de bronzeamento artificial sob hipótese alguma.
CÂNCER DE PELE: SAIBA COMO RECONHECER:
ü Ferida na pele que não cicatriza e sangra.
ü Sinal que sofreu algum tipo de alteração de tamanho, cor, sangramento, coceira.
ü Pinta preta que surgiu na pele e cresceu muito rápido.
ü Ferida no lábio que não cicatriza.
ü Observe as alterações nas pintas com a regra do ABCD:
Assimetria
Bordas irregulares
Cores diversas e/ou alteradas.
Diâmetro maior que 6 mm.
Em caso de dúvida procure sempre um MÉDICO.
Dr. Leonardo Falci Cabeda - Médico Dermatologista