OS EFEITOS DA OBESIDADE NA SAÚDE
Muito mais que uma questão meramente estética, a obesidade vem sendo reconhecida pelos governos de diversos países como um importante problema de saúde pública. Isto tem ocorrido pois o número de indivíduos obesos vem crescendo rapidamente em todas as faixas de idade (crianças, adolescentes, adultos e idosos), independentemente do sexo. A este fenômeno, que vem acontecendo tanto nos países ricos quanto naqueles emergentes, como o Brasil, tem se chamado de “epidemia de obesidade”. Soma-se a isto, o importante fato de que a obesidade é capaz de causar ou de facilitar o aparecimento de uma série de doenças, que podem levar o indivíduo à morte. Dentre elas, as mais importantes são o aumento da pressão sanguínea, o diabetes tipo II, as doenças do coração e até a certos tipos de câncer. Estas doenças são conhecidas como crônicas, ou seja, instalam-se e agravam-se lentamente não apresentando nenhum tipo de sintoma (como dor) na maior parte do tempo.
Nas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado os mecanismos pela qual a obesidade pode causar estas e outras doenças. Sabe-se que, os tecidos de gordura presente no indivíduo são capazes de secretar na corrente sangüínea uma grande quantidade de elementos bioquímicos idênticos àqueles secretados em um momento de inflamação. Além disso, as defesas do organismo também podem estar prejudicadas em decorrência da obesidade, tornando o obeso mais predisposto a infecções por bactérias e vírus.
É bastante provável que o tecido de gordura mais prejudicial para a saúde é aquele encontrado na cintura, também chamado de gordura visceral. Existem diversas maneiras para medir este tipo de gordura. Um dos métodos mais simples, rápido e eficiente é a medida de circunferência da cintura (medida horizontal realizada com fita métrica entre a última costela e o quadril). Mulheres podem ser consideradas obesas quando possuírem uma circunferência da cintura maior do que 88 centímetros e homens são considerados obesos quanto apresentarem uma medida acima de 102 centímetros.
Além das importantes repercussões citadas acima para a saúde, a odontologia também tem se preocupado com os possíveis efeitos da obesidade sobre os tecidos que sustentam os dentes (gengiva e osso). Ou seja, esses tecidos que suportam os dentes podem ser expostos a constantes infecções e inflamações, conseqüência comum para um indivíduo obeso. Como resultado deste desequilíbrio, pode ocorrer o aparecimento e/ou agravamento da chamada doença periodontal (gengivite e/ou periodontite). Estas também são consideradas como doenças crônicas, ou seja, a maior parte das pessoas que são afetadas não sentem nenhum tipo de dor ou de desconforto. Alguns sinais que podem estar presentes no indivíduo com doença periodontal são: retrações na gengiva, sangramento nas gengivas, mau-hálito, mudança na posição do dente e mobilidade dental. Se não corretamente diagnosticada e tratada, a doença de gengiva na sua forma mais grave (periodontite) pode evoluir até a perda dos dentes.
Em resumo, a obesidade pode ser responsável por uma série de importantes doenças que agravam a saúde e o bem estar do indivíduo, incluindo as doenças gengivais. Sendo assim, o diagnóstico precoce bem como a prevenção de eventuais danos causados pela obesidade certamente irá melhorar a qualidade de vida das populações. Neste sentido, é importante lembrar que todo corpo clínico médico-odontológico do SECOVI-MED está disposto a fazer a sua parte nesta causa.
Eduardo José Gaio
Cirurgião-Dentista do SECOVI-MED
Mestre e Doutorando em Periodontia pela UFRGS
CRO 14885
Contato: dudagaio@hotmail.com