Odontologia
Sensibilidade pós restauração dentária


A sensibilidade pós operatória em restaurações adesivas é uma grande preocupação que incomoda e estressa o dentista e seu paciente. Ela caracteriza-se por ser uma resposta exagerada a um estímulo após a execução de algum procedimento restaurador, podendo em alguns casos, apresentar sintomatologia espontânea.
Quando a dentina está exposta ao meio bucal , um canal de comunicação é criado com a polpa através dos túbulos dentinários . A dor, portanto, é a resposta  para os estímulos de calor, frio ou pressão.
A profundidade da cavidade, localização e diâmetro dos túbulos dentinários e a idade do paciente são fatores importantes a se considerar . Quanto mais profundo for o preparo cavitário, mais próximo da polpa será a cavidade e, portanto, maior o risco de ocorrer a sensibilidade pos-restauração.
O movimento do fluido no interior dos túbulos causa pressão hidrostática e por conseqüência ocorre a sensibilidade . A sensibilidade pós- operatória pode ocorrer em todos os tipos de restaurações, mesmo nas pequenas cavidades , diretas ou indiretas.
A etiologia da sensibilidade pós- operatória está principalmente ligada a bactéria e trauma. Alguns procedimentos clínicos realizados diariamente no consultório são passíveis de causar sensibilidade pós-operatória como, por exemplo, o calor provocado durante preparo cavitário e a toxicidade de alguns materiais restauradores utilizados para a restauração dos dentes preparados. Os pacientes relatam inúmeros tipos de sintomas , desde uma leve dor até um choque elétrico , durante a mordida, percussão, palpação , no relaxamento das forças mastigatórias, líquidos quentes , frios e leve dor espontânea.
.Devemos saber que, toda vez que necessitarmos de uma intervenção restauradora, alguns fatores devem ser avaliados tais como:
1) Condição pulpar: a condição pulpar deve ser corretamente investigada antes de qualquer tratamento restaurador, através do exame radiográfico e teste de vitalidade pulpar para ver se há vitalidade, inflamação ou infecção pulpar e se esta condição é reversível ou irreversível.
2) Profundidade da cavidade: a  cavidade quanto mais profunda maior s o risco de sensibilidade pós-operatória.
3) Idade do paciente e permeabilidade da dentina: quanto mais jovem for o paciente maior será a permeabilidade dentinária e, consequentemente, maior o risco de sensibilidade pós-restauração. Em contrapartida, quanto mais idoso o paciente, menor a permeabilidade da dentina e menor  o risco à sensibilidade.
4) Materiais protetores e preparos cavitários: O calor gerado pela fricção da broca durante o preparo do dente, o tipo e a condição da broca selecionada para realizar o preparo, a velocidade empregada para o corte, a refrigeração da ponta ativa da broca e, finalmente, o tempo de duração do corte são fatores que, se não observados com cautela, podem gerar sensibilidade pós-operatória. Existem alguns materiais que fazem a proteção do complexo dentino-pulpar com excelente resistência mecânica e compatibilidade biológica, promovendo adequado selamento dentinário diminuindo a infiltração das margens da restauração. Restaurações bem seladas impedem que estímulos químicos e térmicos provoquem sensibilidade.
5) Técnica restauradora: as resinas compostas estão sendo amplamente utilizadas por serem extremamente estéticas. No entanto, a confecção dessas restaurações  exige ,por parte dos dentistas, um treinamento adequado, pois os procedimentos adesivos são mais suscetíveis aos erros da técnica restauradora.
6) Clareamento: a sensibilidade pós-clareamento é muito comum, principalmente para a técnica de clareamento de consultório. Tal técnica utiliza produtos com uma maior porcentagem em relação a técnica de clareamento caseira que utiliza géis mais brandos. A sensibilidade pós clareamento, geralmente é transitória e acompanha, na maioria das vezes, o período em que o clareamento está sendo executado.

Para finalizar, deve-se sempre ter em mente que o diagnóstico preciso da sensibilidade pós-operatória é um desafio a ser alcançado. A sensibilidade de dentes trincados não pode ser confundida com a sensibilidade pós-restauração, nem a sensibilidade provocada pela abrasão dos dentes, geralmente relacionada ao excesso de força na escovação. Há atualmente grande incidência de dentes que exibem trincas, principalmente aqueles que apresentam restaurações antigas de amálgama e outros trincados por hábitos parafuncionais(bruxismo). Em ambos os casos, o dentista deverá estar apto a fazer o diagnóstico correto e conter a propagação destas trincas com restaurações indiretas que abracem as cúspides dos dentes.
Fernando José Fávero
Especialista em Dentística Restauradora pela PUCRS
Mestrando em Dentística Restauradora pela PUCRs
Denstista  do corpo clínico da Secovimed Rs.





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